domingo, 15 de março de 2009


Deus dá a cada um de nós uma flôr. Às vezes, por causa de outras flôres, ou de ervas daninhas, ou de chuva ou sol a mais, ou seja o que fôr, a nossa flôr murcha, ou perde umas pétalas, ou parte umas folhas, ou perde a côr. Aí, muitas vezes tentamos largar a nossa flôr e arranjar outra, bonita, perfeita, bem cheirosa. Nem que seja de plástico e não tenha cheiro, mas que pelo menos tenha um aspecto perfeito.

Mas esquecemo-nos que a flôr que Deus nos deu era a outra. Ao largar a nossa flôr, é a nós mesmos que estamos a largar. Ao largar a nossa flôr, é à flôr perfeita que procuramos que estamos a largar.

A flôr é a nossa vida. Só há um sítio onde podemos encontrar o nosso "paraíso", a nossa perfeição: na nossa vida, com a nossa história, e com as pessoas que fazem parte de nós. Se não soubermos ou pudermos fazer da nossa flôr perfeita, não são outras flôres que trarão essa perfeição.

Não é migrando para uma ilha deserta e "perfeita", que eu, nascido e crescido aqui na Boavista, no Porto, vou ser feliz. É mergulhando na Boavista, no Porto, e fazendo da Boavista um sítio perfeito. E quem diz a Boavista, diz o sinal na cara, diz o pai ou o irmão mau, o vizinho feio, etc., etc. Quando o conseguir fazer, aí então posso pensar noutras flôres, não porque a minha esteja danificada, mas porque esteja tão bonita que quero fazer o mesmo às outras.

Como? Só com Deus. Com a oração; com o perdão; com a humildade; com a inclusão; com a união; com a criatividade; com a liberdade; com a verdade; com o amor.

O mundo é um só, não há vários mundos. Ou o mundo será um globo equilibrado e harmonioso, ou a felicidade será relativa e passageira em qualquer parte do globo. E o mesmo se passa com cada um de nós, com o nosso interior, com os nossos contextos, as nossas famílias, os nossos amigos... as nossas flôres.

Graças a Ti Senhor, porque mostraste estas coisas aos pequeninos, e porque vieste pequenino. Para que só quando descermos bem baixinho te possamos ver. Aleluia!

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