Definitivamente, estou farto de voluntariados patrocinados. Não se pode servir a Deus e ao vil dinheiro! Estas coisas são de modas, e agora está na moda as empresas patrocinarem acções de solidariedade. Mas a solidariedade não é a finalidade duma empresa, assim como a publicidade não é a finalidade dum gesto de solidariedade. Acho que está mal confundir essas coisas. Pode haver quem diga: "é melhor do que não fazerem nada", ou "ao menos estão a contribuir para que as coisas fiquem melhores"...
A minha experiência diz-me que só há um caminho no amor: a gratuidade total, o anonimato, a motivação pura. Tudo o que saír disso até poderá parecer bom passageiramente, mas mais cedo ou mais tarde a verdadeira face de tudo será manifesta de uma maneira ou de outra, nem que seja anos depois. Aquilo que não é de amor e por amor afasta do amor.
Gandhi dizia: "aquilo de que não preciso não me pertence". O dinheiro que vem de patrocínios de empresas do mercado económico, vem donde? Daquilo que eles não precisam, ou seja, deveria ser por direito de quem dele precisa. Isto é, os patrocínios dão a quem precisa aquilo que é seu por direito, fazendo de conta que lhes pertencia. Tiram dividendos publicitários com isso, e deturpam a própria noção de amor.
O Diabo é o príncipe da mentira! Abramos os olhos! Purifiquemos as nossas intenções, e não aceitemos misturar o trigo com o jôio: se não o conseguimos fazer em tudo, pelo menos não no que diz respeito à solidariedade social!
E quando passar a moda ou os dividendos publicitários não compensarem, que será dos que precisam?
terça-feira, 25 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
De que fala este homem? De amor e de fé, sim. Mas e como fala ele disso? Fala da sua experiência, e de como a fé só existe na experiência. Sim, isto é cristianismo existencialista. A única realidade é a realidade do coração. O coração alimenta-se de experiências. Só encontraremos Deus experimentando-o, e partindo da nossa realidade e não da realidade que deveria ser. E só podemos experimentar a partir da nossa realidade se tivermos liberdade e se nos permitirmos explorar a nossa vontade, nunca através de mandamentos ou propósitos externos ao coração e à vontade mais pura.
Aleluia! Porque temos um Deus que nos fez livres e que É humilde ao ponto de se submeter à nossa necessidade de experimentar até O encontrarmos no centro da nossa vontade (coração).
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
"O amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral, na atracção mútua, menos ainda em experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe." (vale muito a pena ler o resto do texto, aqui)
Gostei muito desta frase, excepto a parte da atracção mútua.
1º, gostei muito da ideia de beleza moral. Realmente há pessoas que consideramos moralmente belas no sentido de serem virtuosas, boas, correctas, etc. E há muita gente que não se permite a si própria apaixonar-se por pessoas moralmente feias. E essas pessoas correm um grande risco de deixarem passar ao lado grandes amores, pois "o amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral".
2º, gostei da ideia de que o amor não se funda em "experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe". Aqui fala-se da grande tentação e grande armadilha de todos os amores em todos os tempos: a projecção no outro das fantasias que queremos. Mas só através da prática é que se conhece alguém, e só conhecendo alguém é que se ama essa pessoa. O amor funda-se no conhecimento prático e dinâmico do outro. E não só no conhecimento, também na criação de laços fortes através de gestos reais. Só existimos em relação, e a relação só existe na prática.
3º, não concordo que a atracção mútua não possa ser um sinal do amor. Aqui está-se a diminuir o poder comunicativo do não-verbal. É através da prática que se conhece alguém, mas todas as nossas experiências estão reflectidas no nosso corpo, nos nossos movimentos, nas nossas expressões, isso é uma forma de conhecimento do outro. E também é uma forma de troca de gestos e de criação de laços. A única coisa que muda é o código, que é diferente de outros códigos que usamos, como as palavras ou as atitudes.
Por que raio pus este post no "Só rezar"? Se lerem o resto do texto que está no link, compreenderão :)
Gostei muito desta frase, excepto a parte da atracção mútua.
1º, gostei muito da ideia de beleza moral. Realmente há pessoas que consideramos moralmente belas no sentido de serem virtuosas, boas, correctas, etc. E há muita gente que não se permite a si própria apaixonar-se por pessoas moralmente feias. E essas pessoas correm um grande risco de deixarem passar ao lado grandes amores, pois "o amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral".
2º, gostei da ideia de que o amor não se funda em "experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe". Aqui fala-se da grande tentação e grande armadilha de todos os amores em todos os tempos: a projecção no outro das fantasias que queremos. Mas só através da prática é que se conhece alguém, e só conhecendo alguém é que se ama essa pessoa. O amor funda-se no conhecimento prático e dinâmico do outro. E não só no conhecimento, também na criação de laços fortes através de gestos reais. Só existimos em relação, e a relação só existe na prática.
3º, não concordo que a atracção mútua não possa ser um sinal do amor. Aqui está-se a diminuir o poder comunicativo do não-verbal. É através da prática que se conhece alguém, mas todas as nossas experiências estão reflectidas no nosso corpo, nos nossos movimentos, nas nossas expressões, isso é uma forma de conhecimento do outro. E também é uma forma de troca de gestos e de criação de laços. A única coisa que muda é o código, que é diferente de outros códigos que usamos, como as palavras ou as atitudes.
Por que raio pus este post no "Só rezar"? Se lerem o resto do texto que está no link, compreenderão :)
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