segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"O amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral, na atracção mútua, menos ainda em experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe." (vale muito a pena ler o resto do texto, aqui)

Gostei muito desta frase, excepto a parte da atracção mútua.

1º, gostei muito da ideia de beleza moral. Realmente há pessoas que consideramos moralmente belas no sentido de serem virtuosas, boas, correctas, etc. E há muita gente que não se permite a si própria apaixonar-se por pessoas moralmente feias. E essas pessoas correm um grande risco de deixarem passar ao lado grandes amores, pois "o amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral".

2º, gostei da ideia de que o amor não se funda em "experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe". Aqui fala-se da grande tentação e grande armadilha de todos os amores em todos os tempos: a projecção no outro das fantasias que queremos. Mas só através da prática é que se conhece alguém, e só conhecendo alguém é que se ama essa pessoa. O amor funda-se no conhecimento prático e dinâmico do outro. E não só no conhecimento, também na criação de laços fortes através de gestos reais. Só existimos em relação, e a relação só existe na prática.

3º, não concordo que a atracção mútua não possa ser um sinal do amor. Aqui está-se a diminuir o poder comunicativo do não-verbal. É através da prática que se conhece alguém, mas todas as nossas experiências estão reflectidas no nosso corpo, nos nossos movimentos, nas nossas expressões, isso é uma forma de conhecimento do outro. E também é uma forma de troca de gestos e de criação de laços. A única coisa que muda é o código, que é diferente de outros códigos que usamos, como as palavras ou as atitudes.

Por que raio pus este post no "Só rezar"? Se lerem o resto do texto que está no link, compreenderão :)

Sem comentários: