quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal 2008



Natal é isto: amizade pura e simples à volta duma mesa, sem barreiras, e com Jesus no centro.

O milagre do ano passado repetiu-se :)

Bom Natal! E que no próximo ano todos possamos receber aquilo que Deus nos quiser dar.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Não deve haver saudação de bom ano mais estúpida do que aquela que diz: "que este ano tenhas tudo o que desejas". E se por acaso uma pessoa manda essa mesma saudação a outras duas pessoas que se querem matar uma à outra? Hão-de as duas conseguir o que desejam nesse ano? Não só é quase impossível, como é estúpido.

Em última análise, as diferentes vontades de todas as pessoas do mundo só são compatíveis umas com as outras quando nessas vontades estiver incluído o bem de todos e de tudo. Não são todos os desejos que são bons, mas apenas aqueles que estão de acordo com aquilo que é melhor para nós todos sem excepção, para a Humanidade e para o Mundo. E só Deus sabe especificamente qual é esse melhor. Nós só sabemos que Deus é Amor, com letra grande.

Por isso, a mais sábia, mais genuína, mais justa e mais generosa de todas as saudações de boas festas só pode ser esta:

Que este ano recebas aquilo que Deus te quiser dar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Definitivamente, estou farto de voluntariados patrocinados. Não se pode servir a Deus e ao vil dinheiro! Estas coisas são de modas, e agora está na moda as empresas patrocinarem acções de solidariedade. Mas a solidariedade não é a finalidade duma empresa, assim como a publicidade não é a finalidade dum gesto de solidariedade. Acho que está mal confundir essas coisas. Pode haver quem diga: "é melhor do que não fazerem nada", ou "ao menos estão a contribuir para que as coisas fiquem melhores"...

A minha experiência diz-me que só há um caminho no amor: a gratuidade total, o anonimato, a motivação pura. Tudo o que saír disso até poderá parecer bom passageiramente, mas mais cedo ou mais tarde a verdadeira face de tudo será manifesta de uma maneira ou de outra, nem que seja anos depois. Aquilo que não é de amor e por amor afasta do amor.

Gandhi dizia: "aquilo de que não preciso não me pertence". O dinheiro que vem de patrocínios de empresas do mercado económico, vem donde? Daquilo que eles não precisam, ou seja, deveria ser por direito de quem dele precisa. Isto é, os patrocínios dão a quem precisa aquilo que é seu por direito, fazendo de conta que lhes pertencia. Tiram dividendos publicitários com isso, e deturpam a própria noção de amor.

O Diabo é o príncipe da mentira! Abramos os olhos! Purifiquemos as nossas intenções, e não aceitemos misturar o trigo com o jôio: se não o conseguimos fazer em tudo, pelo menos não no que diz respeito à solidariedade social!

E quando passar a moda ou os dividendos publicitários não compensarem, que será dos que precisam?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008



De que fala este homem? De amor e de fé, sim. Mas e como fala ele disso? Fala da sua experiência, e de como a fé só existe na experiência. Sim, isto é cristianismo existencialista. A única realidade é a realidade do coração. O coração alimenta-se de experiências. Só encontraremos Deus experimentando-o, e partindo da nossa realidade e não da realidade que deveria ser. E só podemos experimentar a partir da nossa realidade se tivermos liberdade e se nos permitirmos explorar a nossa vontade, nunca através de mandamentos ou propósitos externos ao coração e à vontade mais pura.

Aleluia! Porque temos um Deus que nos fez livres e que É humilde ao ponto de se submeter à nossa necessidade de experimentar até O encontrarmos no centro da nossa vontade (coração).

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"O amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral, na atracção mútua, menos ainda em experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe." (vale muito a pena ler o resto do texto, aqui)

Gostei muito desta frase, excepto a parte da atracção mútua.

1º, gostei muito da ideia de beleza moral. Realmente há pessoas que consideramos moralmente belas no sentido de serem virtuosas, boas, correctas, etc. E há muita gente que não se permite a si própria apaixonar-se por pessoas moralmente feias. E essas pessoas correm um grande risco de deixarem passar ao lado grandes amores, pois "o amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral".

2º, gostei da ideia de que o amor não se funda em "experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe". Aqui fala-se da grande tentação e grande armadilha de todos os amores em todos os tempos: a projecção no outro das fantasias que queremos. Mas só através da prática é que se conhece alguém, e só conhecendo alguém é que se ama essa pessoa. O amor funda-se no conhecimento prático e dinâmico do outro. E não só no conhecimento, também na criação de laços fortes através de gestos reais. Só existimos em relação, e a relação só existe na prática.

3º, não concordo que a atracção mútua não possa ser um sinal do amor. Aqui está-se a diminuir o poder comunicativo do não-verbal. É através da prática que se conhece alguém, mas todas as nossas experiências estão reflectidas no nosso corpo, nos nossos movimentos, nas nossas expressões, isso é uma forma de conhecimento do outro. E também é uma forma de troca de gestos e de criação de laços. A única coisa que muda é o código, que é diferente de outros códigos que usamos, como as palavras ou as atitudes.

Por que raio pus este post no "Só rezar"? Se lerem o resto do texto que está no link, compreenderão :)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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"Humildade é a verdade", diz Santa Teresa de Lisieux. Que coisa bonita e verdadeira. Ser humilde não é vestir uma "capa" estranha, ou despojarmo-nos da nossa natureza. Pelo contrário, é regressar a essa mesma natureza. Porque a verdade é que a nossa natureza é ser pouca coisa: nada do que temos é nosso; nada do que somos é muito. A nossa realidade é precisar de pouca coisa. E na realidade não temos muito poder, nem nos bastamos a nós próprios: vivemos pelo amor de um Outro.

Por isso, ser-se humilde é apenas tomar consciência de tudo isto. É a verdade. Os outros todos é que estão enganados. Os outros todos é que estão a vestir uma "capa" estranha. Para se ser humilde não é preciso nenhum esforço. Se for preciso esforço para ser aquilo que realmente somos, é porque ainda não nos vemos como realmente somos.

Para se ser humilde só é preciso conseguir ver a verdade em relação a nós próprios.

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

sábado, 11 de outubro de 2008

Consciência

O pecado é a falta de amor. Aquilo que permite que pequemos, para além da própria falta de amor, é a falta de consciência do pecado ("Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem").

A consciência do pecado vem pelo contacto com o critério que o define, ou seja, o contacto com o amor. De facto, existe uma realidade exterior a nós, que não é totalmente atingível por nós e pelos recursos mentais, físicos e espirituais de que dispomos para a apreender. Se víssemos essa realidade, veríamos claramente as consequências dos nossos actos: veríamos o mal que fazemos ou o bem que não fazemos, em manifestações muito concretas e reais das quais neste momento não temos consciência.

Por isso é que quando virmos Deus face a face, seremos "julgados". Não é Deus que nos julga ("Eu não vim para condenar o mundo, mas para o salvar"), mas ao entrar em contacto com o amor, que é o critério que define o pecado, e ao ver a realidade toda como ela é ("agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido"), veremos também todas as consequências dos nossos actos, e é nisso que consiste o julgamento: na nossa própria tomada de consciência. Seremos nós próprios que não suportaremos contemplar o mal que fizemos ou o bem que não fizemos. Uma tal tomada de consciência pode ser acutilante e arrasadora ("Aí, haverá choro e ranger de dentes").

Felizmente, "para Deus nada é impossível", e apesar dessa consciência arrasadora, "o lobo e o cordeiro pastarão juntos".

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tenho uma missão: ser pequenino. Encolher, encolher, encolher... esvaziar, esvaziar, esvaziar. Ficar tão pouco que seja quase nada, só os limites do meu ser. E nesse nada ser tudo, e nesse tudo estar com todos.

Não é um nada de anulação, pelo contrário. É um nada de libertação.

É dar todas as pérolas pela maior de todas.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Trabalho e santificação

Peço desculpa pelo comprimento do texto, mas como é um tema sensível e importante, não consegui sintetizar melhor.

Outro dia tive uma discussão com uns amigos sobre o significado do papel profissional de cada um na vida cristã e na sociedade. Isso inevitavelmente levou a uma discussão sobre a relação entre a estrutura da sociedade e a vontade de Deus, e a ideia de santificação no trabalho, uma ideia muito disseminada entre os cristãos, de que eu nunca gostei e passo a explicar porquê. Esta explicação envolve sempre alguma arrogância na liberdade que me permito na interpretação das coisas, que é necessária para a discussão livre de qualquer tema. Mas claro que essa arrogância não implica nenhuma intenção de julgar ou condenar ninguém, e claro que a avaliação dessas coisas só Deus sabe, assim como a consciência de cada um.

Para compreender a minha posição, é preciso compreender os pressupostos nos quais ela assenta, que tentei clarificar e que são os seguintes:

1. Há uma diferença entre o estado actual da sociedade e a sociedade ideal como seria se tudo fosse segundo a vontade de Deus, e essa diferença inclui as próprias estruturas que formam a sociedade. Logo, a vontade de Deus implica também a transformação da estrutura da sociedade, e não a conformidade a essa estrutura tal como está.

2. Toda a actividade, estrutura ou organização tem uma origem, uma motivação e um objectivo, e essa origem, motivação e objectivo devem ser considerados no discernimento sobre a sua compatibilidade com a vontade de Deus. Por isso, não basta a dedicação a uma actividade: é essencial um discernimento sobre o próprio sentido do que se está a fazer nessa actividade. A quê ou a quem se está em última análise a servir: a Deus, ou a outros projectos? E se for a ambos, serão compatíveis?

3. Há profissões que não são nem boas nem más, dependendo isso do uso que se fizer dessa profissão; mas há também profissões que são boas e outras que são más, por causa da própria natureza da sua actividade. O critério que as distingue é o amor e a vontade de Deus (um exemplo radical é a prostituíção, cuja natureza da actividade vai em si mesma contra a vontade de Deus – mas outros exemplos haverá, menos radicais e menos fáceis de discernir).

4. Há uma diferença entre “as coisas de Deus” e as “coisas terrenas”, embora as coisas de Deus devam estar presentes e ser transversais às coisas terrenas. Esta diferença é reconhecida muitas vezes por Jesus, por exemplo, quando diz que nos preocupemos primeiro com as coisas de Deus, e que tudo o resto, como o vestir e o comer, nos será depois dado em acréscimo (Mt 6, 29-34). O vestir e o comer podem ser entendidos então como as coisas terrenas, e a maior parte das profissões é dessas coisas terrenas que tratam.

5. As "coisas de Deus" são muito mais importantes para o nosso caminho espiritual – a nossa santificação - do que as coisas terrenas. Jesus distinguiu claramente isso também várias vezes. Por exemplo, quando Maria estava atenta a ouvir Jesus aos seus pés, e Marta estava atarefada com o serviço da casa, Jesus disse a Marta que uma só coisa é necessária, e que Maria escolheu a melhor parte (Lc 10, 38-42). Mais uma vez, pode-se aqui entender que o serviço da casa se equipara ao papel profissional das coisas terrenas, e o estar aos pés de Jesus a ouvi-lo se equipara às coisas de Deus.

6. Assim, o que nos salva e santifica não é nada mais do que "estar aos pés de Jesus a ouvi-lo", ou seja, aproximarmo-nos de Deus pessoalmente e com o coração. Isso não se faz através das “coisas terrenas”, mas através das “coisas de Deus”: a oração, a Palavra, os sacramentos, enfim, uma relação viva com Deus. O resto, a manifestação desse amor em todos os outros planos da nossa vida, incluindo o profissional, será uma consequência natural disso: um fruto. Ao dizer “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7, 15 – 20), Jesus estava a considerar a manifestação do amor em todos os planos da nossa vida como uma consequência da santificação que se atinge pela aproximação espiritual a Deus, e não como um meio para essa santificação.

7. Missão e profissão são coisas diferentes. A missão refere-se sempre às "coisas de Deus", directa ou indirectamente. A profissão refere-se às coisas terrenas como subsistência, organização e manutenção das coisas terrenas. Uma actividade pode ter ao mesmo tempo um conteúdo de missão e um conteúdo de profissão, mas não deixam de ser coisas diferentes. Uma profissão, quando não tem como objectivo directo ou indirecto as coisas de Deus, não é uma missão. O que não quer dizer, obviamente, que seja má: são planos diferentes.

8. Todos temos uma missão no que diz respeito às coisas de Deus, independentemente da nossa profissão e de todas as outras coisas terrenas que fazem parte da nossa vida. Não há uns destinados a trabalhar na padaria, e outros destinados a testemunhar a Boa Nova. Todos somos chamados a viver uma vida terrena com todas as suas características, e ao mesmo tempo a testemunhar a Boa Nova para além disso e transversalmente a isso. São Paulo, por exemplo, era construtor de tendas, e foi um grande apóstolo para além da sua profissão: a sua missão e a sua profissão estavam em planos separados.

9. A importância de todas as profissões que não são missão (que não se destinam às coisas de Deus directa ou indirectamente) é igual: não é melhor ser um psicólogo ou um médico do que um padeiro ou um pedreiro. Qualquer diferença entre si em termos da sua importância ou sucesso, para Deus, é medida apenas pelo amor com que as fazemos.

10. O amor é sempre gratuito. Uma vez que obtemos lucros com a nossa profissão, mesmo que seja feita com amor, não deixa de ter uma outra intenção misturada com o amor. O amor presente numa profissão é um acréscimo à natureza terrena dessa profissão, mas não anula o seu carácter essencialmente terreno.

Agora que tentei clarificar os seus pressupostos, explico a minha posição em relação a este assunto: se se concordar com todos estes pressupostos, chega-se necessariamente à conclusão de que aquilo que salva não é nada mais do que uma relação íntima com Deus, através dum processo de conversão interior. A partir dessa conversão interior, dessa "uma só coisa necessária", os frutos do amor de Deus transbordam para tudo o resto. Não há nenhuma área da vida humana que seja diferente de outra nessa manifestação do amor de Deus, e a profissão é só uma entre muitas.

Assim, faz tanto sentido dizer que o trabalho santifica, como que o surf santifica, ou que andar de transportes públicos santifica. Nada disso santifica, apenas uma relação de amor com Deus santifica, o que não quer dizer que todas essas ocasiões não sejam essenciais na manifestação do amor de Deus. Como disse São Bernardo de Claraval, o amor é para si mesmo o mérito e o prémio, e não busca outro motivo fora de si. O amor e perfeição que se tiver em tudo, será um fim em si mesmo, uma consequência dessa santificação, e não um processo através do qual nos santificamos. E essa consequência é transversal a todas as dimensões humanas, não fazendo sentido nenhum enfatizar umas mais do que outras.

Claro que São Paulo, enquanto construtor de tendas, o fazia com amor e dedicação, mas apenas como uma consequência natural da santificação que ele atingiu no plano espiritual. O amor manifesta-se no trabalho, no sono, nas refeições, no desporto, etc., etc., etc., e todas as suas manifestações nisso tudo vêm do centro que é Jesus Cristo. Pode-se dizer que essas manifestações de amor têm também em si uma força evangelizadora só por “transportarem” em si o amor de Deus e darem testemunho desse amor. Mas isso não faz delas uma missão, nem interessa se isso acontece na profissão ou noutra área qualquer, e não é a natureza da tarefa que o faz, mas sim o amor que se adiciona a essa tarefa. Se queremos procurar a santidade ou transmiti-la a outros, não o fazemos tentando ser perfeitos nas profissões ou noutra coisa qualquer, mas apenas aproximando-nos de Deus, e ajudando os outros a fazerem o mesmo. Isto, sempre através das “coisas espirituais”. E não somos nós que o fazemos pelos nossos esforços, mas é o Espírito Santo que o faz em nós, se assim entender e se nós o permitirmos.

Resumindo, há quatro coisas distintas e que é preciso distinguir bem: uma coisa é a santificação (aproximarmo-nos de Deus), outra coisa é a missão (servir a Deus ajudando outros a aproximarem-se de Deus), outra coisa é a manifestação do amor de Deus na nossa vida (seja na profissão ou em qualquer outra área), e outra coisa é a profissão (actividades destinadas à subsistência, manutenção e organização das coisas terrenas). Dentro das profissões, há as que são compatíveis com a vontade de Deus, e as que são incompatíveis com a vontade de Deus. A santificação e a missão são coisas de Deus, a profissão faz parte das coisas terrenas. As coisas terrenas, quando são compatíveis com a vontade de Deus, são boas, são um dom de Deus destinado à nossa felicidade, por isso, obviamente, apesar de não envolverem missão nem santificação, não são más. Quando, através da profissão, manifestamos o amor de Deus, isso não representa uma santificação nem uma missão, é um fim em si mesmo e é uma consequência natural da nossa proximidade com Deus que se manifesta tanto na profissão como em outra área qualquer. Tanto amamos no trabalho, como na rua, como a respirar, a comer ou a lavar os dentes. Esse amor não está ligado à natureza de qualquer um destes actos em si, mas é qualquer coisa que se adiciona a todos estes actos, por isso não precisa de um ou de outro para se manifestar. Não é preciso trabalhar para se amar, nem a nossa santificação ou missão depende do trabalho.

Concluindo, a ideia da santificação pelo trabalho tende naturalmente a validar a estrutura da sociedade sem a questionar, e corre um grande risco de ser conivente com essa estrutura. É uma ideia naturalmente promotora duma fractura entre as diferentes áreas da vida humana na manifestação do amor de Deus, enfatizando umas em detrimento de outras. Tem tendência também a promover o cumprimento mecânico de tarefas e a negligência da verdadeira conversão interior, como se bastasse ser-se competente e dedicado no trabalho para se atingir a santidade. E, por último, tem tendência a situar a salvação nos nossos esforços pessoais na busca dum perfeccionismo pessoal, quando a salvação vem apenas pela aceitação e acolhimento dos Dons e da Graça de Deus. Por todas estas razões, não gosto dessa ideia, e acho que ela tem afastado muitos cristãos daquilo que é essencial: do centro que é a relação pessoal com Jesus Cristo, a “uma só coisa necessária”.